terça-feira, 10 de março de 2009

Adhemar Ferreira da Silva





Medalha de ouro no salto triplo nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, e em Melbourne, em 1956.

Adhemar Ferreira da Silva nasceu na cidade de São Paulo, em 29 de setembro de 1927. Filho de um ferroviário com um cozinheira, Adhemar só foi conhecer o atletismo aos 18 anos, e por acaso. Um amigo que praticava o esporte pelo São Paulo o levou até o clube, e ali começou a sua paixão pelo salto.

Competindo pelo clube paulistano, Adhemar teve uma parceria com o treinador Dietrich Gerner, que o acompanharia por toda a sua carreira. Sua primeira participação nos Jogos Olímpicos foi em 1948, em Londres, quando terminou na oitava posição.

Sua carreira começou a fazer sucesso de fato em 1950, ao quebrar pela primeira vez o recorde mundial do salto triplo, com uma distância de 16 metros, marca até então considerada o limite do corpo humano. No ano seguinte, venceu o primeiro de seus três Pan-Americanos, realizado em Buenos Aires, tornando-se o primeiro brasileiro a conquistar três edições consecutivas do evento (Cidade do México em 1955, e Chicago em 1959).

Nos Jogos Olímpicos de Helsinque, em 1952, ganhou a sua primeira medalha de ouro, além de quebrar o próprio recorde mundial quatro vezes, com a marca final de 16,22 metros. Para saudar o público mais de perto, Adhemar acabou inventando a volta olímpica, ato que se tornou corriqueiro em conquistas esportivas.

Na edição seguinte dos Jogos, realizada no ano de 1956, em Melbourne, o saltador arrematou sua segunda medalha de ouro consecutiva, além de quebrar o recorde olímpico estabelecido por ele mesmo, quatro anos antes. Com um salto de 16,35, tornou-se o primeiro bicampeão olímpico brasileiro, posto que ocupou solitariamente por 48 anos, quando foi igualado por Giovane e Maurício, do vôlei, e Torben Grael, Marcelo Ferreira e Robert Sheidt, da vela, em 2004. Sua melhor marca foi atingida em 1955, no Pan-Americano do México, quando saltou 16,56 metros.

Disputou sua última Olimpíada em Roma, em 1960. Além da brilhante carreira nas pistas, Adhemar era um homem muito culto, fato raro entre os esportistas da época. Foi formado em Direito, Belas Artes, Relações Públicas e Educação Física, era poliglota, colunista de jornal e ainda foi adido cultural do Brasil na Nigéria.

Em 12 de janeiro de 2001, o maior atleta olímpico brasileiro faleceu em São Paulo, sua cidade natal. Os saltos de Adhemar inauguraram a tradição brasileira no salto triplo. Depois dele, Nelson Prudêncio e João do Pulo ganharam medalhas olímpicas na modalidade, mas nenhuma delas de ouro.